Lázaro Roberto, nascido em 1954 em Salvador (BA), é fotógrafo e arte-educador conhecido como “Lente Negra”. Iniciou sua trajetória na fotografia nos anos 1970, com foco na valorização da memória e resistência negra. Em 1990, cofundou o Zumví Arquivo Fotográfico, consolidando um dos principais acervos dedicados à cultura afro-brasileira. Reconhecido por documentar marchas, caminhadas e manifestações de resistência, seu trabalho reflete compromisso com causas sociais e a preservação de tradições afrodescendentes. Em 2023, foi entrevistado pela Blind Magazine, onde abordou a fotografia como ferramenta de ativismo e documentação histórica, recebendo destaque por sua habilidade em narrar histórias silenciadas. Participou de exposições como Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros (Instituto Moreira Salles, 2021), Um Defeito de Cor (Museu de Arte do Rio, 2022) e Dos Brasis (SESC Belenzinho, 2023). Durante a residência artística no Pivô Arte e Pesquisa, desenvolveu projetos ligados à memória e resistência negra. Suas obras integram coleções internacionais, incluindo o Art Institute of Chicago, que adquiriu peças como Senhor Nôca, mestre balaieiro mais velho do quilombo Praia Grande, Ilha de Maré (1993) e Caminhada do povo negro para homenagem dos 300 anos da morte do grande líder negro Zumbi dos Palmares (1995). Além disso, foi destacado em publicações como C&América Latina e no catálogo comemorativo dos 30 anos do Zumví. A presença de Lázaro na 35ª Bienal de São Paulo, ao lado do Zumví Arquivo Fotográfico, reafirma sua relevância como fotógrafo que conecta memórias do passado às lutas contemporâneas por justiça e igualdade.